Correcção e Avaliação

Postado por inovar 16/09/2019 0 Comentários

 

Quando e o que corrigir nas actividades diárias dos seus alunos?

Profª Eliane Zulian Delázari

 

 

  Pronto! Acabei!

 

 

  Ao executar suas tarefas, o aluno faz o melhor que pode e supõe que estão certas, não sabe se errou nem sabe distinguir seus erros.

 

 

  Quando o professor simplesmente faz a correcção apenas transmite seus conhecimentos, mas não dá aos alunos a chance de perceber, entender e corrigir seus erros.

 

 

  Sempre que possível, o professor deve desenvolver em seus alunos a autocorrecção e a capacidade de se corrigir. Mas como? Pode ser em grupo ou individualmente.

 

 

  O aluno deve aprender a “ver” suas tarefas, a “enxergar” seus erros e a corrigi-los, num trabalho de observação e comparação diante das explicações do professor e dos colegas, pois acertar sempre não faz parte dos deveres do aluno.

 

 

  O aluno ainda está se formando, elaborando um processo de aprendizagem, incorrendo em erros e acertos por isso tem tanto direito ao erro quanto à correcção significativa no momento adequado para garantir futuros acertos.

 

 

  O professor ao fazer a correcção devemos levar em consideração dois momentos distintos: o da livre expressão gráfica ou oral e o da expressão trabalhada dentro dos padrões da nossa língua

 

 

  Se o aluno se sente pressionado a acertar, a não errar, os treinos ortográficos repetidos mais de três vezes tornam-se mecânicos e cansativos e não garantem a atenção necessária, uma vez que toda concentração do aluno está voltada para a tentativa do acerto.       

 

        

  Alguns exemplos de como fazer a correcção sem bloquear ou retardar o processo de aprendizagem:

 

 

  • correcção em grupo, onde cada aluno escreve uma resposta na lousa, enquanto os outros corrigem seu próprio trabalho;
  • os alunos trocam seus trabalhos com colegas da fileira ao lado, e estes fazem uma correcção a lápis. Em seguida, o dono do trabalho faz sua própria correcção;
  • o professor escolhe um bom trabalho, por fileira, e cada aluno corrige o seu, tomando como exemplo o escolhido;
  • um aluno é escolhido para ser o professor na hora da correcção.

 

  Sempre que possível, o professor deve começar a aula lembrando das correcções mais comuns das actividades do dia anterior, a fim de avaliar se os erros foram corrigidos e compreendidos.

 

 

  Como outra forma de correcção o professor pode optar por colocar um ponto embaixo da palavra errada e o aluno fará a correcção daquilo que foi apontado.

 

 

  O aluno sempre espera do professor pequenas mensagens motivacionais como:

 

 

  • “Adorei!”  
  • “Muito bem!”
  • “Você está ficando muito bom!”                       

 

  Ou, ainda, observações como:

 

 

  • “Mais atenção!”
  • “Continue a tentar!”        
  • “És capaz!”

 

 

  É importante avaliar o trabalho realizado de maneira crítica e sincera, visto que assim estaremos a valorizar o trabalho do aluno e desafiando-o continuar a melhorar.

 

 

  É preciso garantir uma boa correcção, com objectivos claros, do que simplesmente corrigir os trabalhos dos alunos sem questionar o retorno que se espera disso.

 

 

 

  O que e como avaliar

 

 

  “A prática escolar visa aprovar ou reprovar, esquecendo o fundamental que é ensinar e aprender” (Luckesi)

 

 

 

  O professor deve observar o trabalho diário de seus alunos, circulando pela classe, conversando e discutindo a respeito das actividades.

 

 

  A observação atenta indica ao professor factores importantíssimos como adequação do assunto, tempo de execução, interesse individual e da classe, conclusão das actividades.

 

 

  O processo de avaliação está relacionado com a maneira como o professor vê o mundo e com o modelo didáctico que utiliza.

 

 

  Antes de efectuar a avaliação, precisamos nos colocar algumas perguntas e pré-determinar as respostas para que os alunos não se sintam prejudicados.

 

 

  O que queremos avaliar?

 

 

  • Memória?
  • Atenção?
  • Raciocínio?
  • Interpretação?
  • Leitura?
  • Sistematização?
  • Criatividade?
  • Assimilação do conteúdo?

 

 

  Como queremos avaliar?

 

 

  • Objectiva ou subjectivamente?
  • De modo parcial ou imparcial?
  • Quantitativa ou qualitativamente?
  • Visando os conteúdos ou as fases de desenvolvimento?

 

  Por que avaliar?

 

 

  • Para determinar nossa prática ou para saber os resultados dessa prática com relação aos nossos alunos?
  • Para completar boletins?
  • Para colaborar com a estatística da educação?
  • Para detectar nossas dificuldades e/ou as de nossos alunos?
  • Para buscar uma nova orientação nas mudanças teóricas e práticas?
  • Para confirmar a eficiência da nossa prática de ensino?
  • Vamos avaliar o indivíduo separadamente ou um aluno em relação à classe?
  • Devo considerá-lo independentemente ou devo compará-lo com o grupo ou com os alunos de outra classe?

 

  Avaliar não pressupõe erros, falhas, defeitos mas, sim, envolve determinar o valor da acção educadora e o desenvolvimento individual de cada um. Avaliar significa descobrir o aluno em relação a ele mesmo.

 

 

 

  Referências bibliográficas

 

 

  RUSSO, Maria de Fátima; VIAN, Maria Inês Aguiar. Alfabetização: um processo em construção. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 1997.