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Desafios da profissão de professor
Uma das categorias profissionais mais relevantes para as sociedades é a dos professores.
Por suas mãos, ele oferece aos alunos as ferramentas para que sejam economicamente activos, socialmente participativos, politicamente conscientes e para que, em suas vidas particulares, sejam felizes.
Ser professor, entretanto, é cada vez mais uma tarefa bem difícil. Apesar de ser uma actividade prazerosa a todos aqueles que abraçam a nobre missão de ensinar, a realidade não é cor de rosa nem azul e, o futuro, se tudo ficar como está, se desenhará bem cinzento.
Em países que apresentam extrema desigualdade social, esse profissional assume um papel ainda mais crucial que não se restringe à transmissão de conteúdos. Sua função se estende à formação moral e ética dos educandos, pois são exemplos para seus alunos.
No entanto, embora seja uma profissão tão nobre e essencial, aqueles que a escolhem ainda enfrentam uma série de desafios. Para actuar como professor é necessário ter, além da competência em sua área, empatia e capacidade de instigar o engajamento dos estudantes.
É bom lembrar que qualquer pessoa que decide por uma profissão vai colocar nos dois lados da balança as suas vantagens e desvantagens. Vários aspectos podem pesar na decisão: mercado e condições de trabalho, salário, paixões e sentimento de identificação pela actividade, experiências anteriores, pessoas próximas com a profissão.
Existem vários desafios que os aspirantes a professores enfrentam em suas carreiras. Dentre eles temos:
Historicamente, a baixa remuneração dos docentes é reconhecida como um facto. Boa parte das instituições de ensino não possui um plano de carreira que vise a formação continuada dos docentes. Um dos principais reflexos é que, na maioria das vezes, os salários dos professores estão entre os mais baixos.
Muitos jovens que têm inclinação para a docência desistem dos cursos de licenciatura exactamente por não vislumbrarem um futuro promissor no âmbito financeiro.
Anteriormente mencionamos as dificuldades dos professores no tocante à remuneração. Recebendo pouco, muitos docentes precisam complementar seus ganhos leccionando em dois ou até três turnos diariamente. Esse ritmo de trabalho extenuante é prejudicial à saúde física e emocional deles.
Além disso, a falta de tempo livre impede que o profissional se dedique à busca por formações complementares. A vida pessoal também fica em segundo plano. A mercantilização da educação nada mais é do que o processo de conversão da educação em uma simples mercadoria.
A formação dos docentes é cada vez mais desvalorizada sem a existência de planos de cargos e carreiras. O piso salarial é baixo em relação às demandas dos profissionais de educação.
A partir desses apontamentos, podemos concluir que não se trata de um quadro de crise na educação e sim de um cenário de crise permanente.
A desvalorização da carreira está estampada em várias pesquisas as quais apontam que os estudantes que ingressam em universidades não querem ser professores. Enquanto cursos de medicina atraem centenas de candidatos disputando uma única vaga, os cursos de pedagogia ou licenciaturas isso nem acontece, numa clara demonstração que a carreira docente não é mais atrativa para as novas gerações.
Quanto à percepção que os jovens têm sobre “ser professor”, a profissão é altamente associada a aspectos negativos, como um profissional que sofre, por conta de factores como a desvalorização social, a violência e o desrespeito a que são submetidos na escola. Olham a profissão docente como cansativa e exigente, exigindo um sacrifício grande demais para o tamanho do salário.
A sociedade tem grande impacto na promoção e incentivo dos professores, particularmente em cenários de claro desmonte e sucateamento da educação. O processo educacional precisa ser entendido como um conjunto dos saberes académicos e saberes proporcionados pelo meio.
A proximidade da comunidade é fundamental para que os conteúdos escolares adquiram uma identidade e assim os professores se fundamentem na realidade concreta. Levar as particularidades de cada comunidade para dentro da sala de aula certamente é um dos maiores desafios.
A responsabilidade da formação global dos estudantes não é somente do professor, mas também faz parte de suas atribuições. Dessa forma cabe aos educadores se atentarem para demandas que se estendem para além das fronteiras académicas. O ambiente escolar suscita a convivência com estudantes de diferentes perfis, sendo que cada um possui suas próprias particularidades.
Questões pessoais têm impacto directo no rendimento escolar e os professores precisam estar atentos a essas questões sabendo como administrá-las. Ser professor é uma grande responsabilidade e contribui para a realização pessoal daqueles que a escolhem, embora existam dilemas e desafios.
Melhorias para os professores
Entre aqueles que optam por ser professor, há uma predominância de valores altruístas e de realização própria, como por amor ao conhecimento, aos alunos, o dom e a vocação. Também ressaltam o valor social da profissão, colocando o professor como agente de transformação social.
Para que mais pessoas realmente apaixonadas pela docência sigam esse caminho com potencial de fazer a diferença, é determinante que a sociedade se engaje para melhorias.
Sendo a função de docente mais valorizada no mercado, possivelmente haverá a atracção de profissionais com perfil mais alinhado às necessidades dos estudantes. Criar boas condições para os professores é necessário para combater o sucateamento da educação.
Embora tenha muitos desafios, a carreira de professor é uma das bonitas e inspiradoras que existem e a responsável por formar todas as outras!
Fontes:
https://cursinhoparamedicina.com.br/blog/cultura-e-lazer/quais-os-desafios-da-profissao-de-professor-no-brasil/
https://www.podemos.org.br/artigo-professor-profissao-em-perigo/
https://econoeduc.com.br/2019/03professor-ser-ou-nao-ser/
Texto adaptado por: Profª Eliane Ap. Zulian Delázari