Inovar Educação de Excelência

Postado por inovar 22/10/2018 0 Comentários
A equipe Inovar está sempre atenta a tudo que envolve o desenvolvimento da criança, por isso deixamos aqui a nossa posição em relação à sua Educação.
 
O que é ser criança?
 
 
A UNICEF, na Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), define criança como todo ser humano com menos de 18 anos, exceto se a lei nacional confere maioridade mais cedo. Esse tratado internacional apresenta e reconhece a criança enquanto ser que se constitui em patamares claros de individualidade, expressão de singularidade da pessoa a ser formada, que seguirá sendo constituída por diferentes elementos que lhe permitirão identidade própria; enquanto ser social, sendo-lhe necessários a aprendizagem e o desenvolvimento de vida em sociedade, em comunidade, fundamentando-se por comportamentos condizentes com a busca do bem comum; apresenta-se, ainda, enquanto ser político, cidadã em permanente contexto de atuação histórico. 
Como todo ser humano, a criança é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura. No entanto, alguns aspectos influem na concepção de criança como a classe social a que pertence, o grupo étnico de que faz parte, as precárias condições de vida, o trabalho infantil, o abuso e exploração por parte de adultos, entre outros. 
Nas interações que estabelece desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que a circunda, ela revela seu esforço para compreender o mundo em que vive e as relações contraditórias que presencia.
É preciso pensar a criança como um ser que possui uma natureza singular, ser que sente e pensa o mundo de um jeito muito próprio. Para tanto, torna-se necessário respeitá-la.
 
Respeitar a criança é não limitar suas oportunidades de descoberta, é conhecê-la verdadeiramente para proporcionar-lhe experiências de vida ricas e desafiadoras, é procurar não fazer por ela, auxiliando-a a encontrar meios de fazer o que quer, é deixá-la ser criança. Respeitá-la é oferecer-lhe um ambiente livre de tensões, de pressões, de limites às suas manifestações, deixando-a expressar-se de maneira que lhe convém e buscando entender o significado de todas as suas ações. (HOFFMANN; SILVA. 2007. p.14)
A criança não é um adulto em miniatura, muito pelo contrário, apresenta características próprias da sua idade. Compreender isso é compreender a importância do estudo do desenvolvimento humano.
Jean Piaget em seus estudos dividiu as fases do desenvolvimento humano de acordo com o surgimento de novas qualidades do pensamento, o que consequentemente interfere no desenvolvimento global. Definiu os estágios da seguinte forma: Sensório-motor (0 a 2 anos), Pré-operatório (2 a 7 anos), Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos) e Operações Formais (11 ou 12 anos em diante). Cada estágio é caracterizado por aquilo de melhor que o ser humano consegue fazer nessas faixas etárias. Essas fases não são rígidas, mas são comuns a todos os indivíduos, nessa sequência. O início e o término de cada uma dependem das características biológicas, de fatores educacionais e sociais. Piaget considera o meio social apenas uma interferência na construção do conhecimento.
Para Lev Semenovich Vygotsky a criança, enquanto bebê, é quem por mais tempo depende do adulto para sobreviver. Vygotsky afirma que no começo da vida de uma criança os fatores biológicos superam os sociais. A integração social se dará aos poucos e somente depois será o fator decisivo para o desenvolvimento do pensamento. A criança está em contato com o adulto desde o nascimento, e este irá mediar sua relação com o mundo abrindo caminhos da cultura e, consequentemente, o seu comportamento será influenciado pelos costumes da cultura daqueles que a cercam. Para Vygotsky o aprendizado depende fundamentalmente da influência ativa do meio social.
Henri Wallon compartilha os pensamentos de Vygotsky. Para ele o desenvolvimento humano é o resultado de um sistema específico de trocas com o meio. A atividade da criança para Wallon só é possível graças aos recursos oferecidos pelos materiais e pela linguagem utilizada ao seu redor, sendo a mediação feita por outras pessoas particularmente fundamental na construção do pensamento e da consciência de si.
A interação entre o sujeito e o meio fica evidente nos estudos de Piaget, Vygotsky e Wallon. Neste sentido, a criança não nasce pronta e não ficará pronta de fora para dentro, como se o ambiente fosse avassalador e, sem pedir licença, transformasse a criança em sua completude. Todo desenvolvimento se dá através da interação entre o indivíduo e o meio. Por isso a criança não é passiva e mera recebedora de informações.
 
Se observarmos com bastante atenção os bebês, veremos que suas ações iniciais (olhar os objetos, levá-los à boca, virar a cabeça, agarrar, soltar, puxar, jogar, empurrar, etc.) têm por objetivo explorar a realidade que os cerca para melhor conhecê-la. Assim, eles vão adquirindo noções de objeto, suas formas, texturas, propriedades, para que servem, bem como vão aos poucos percebendo noções de espaço e de tempo. Conhecer implica então organizar, estruturar, entender e, posteriormente, explicar. Significa inserir o objeto de conhecimento em um sistema de relações, partindo de uma ação executada sobre esse objeto. (CRAIDY, 2006, p. 8-9)
 
Neste contexto, é possível ressaltar a importância dos diferentes profissionais envolvidos na Educação que têm a responsabilidade de cuidar/educar criança, pois desempenham um papel fundamental no processo do desenvolvimento infantil servindo de intérpretes entre elas e o mundo que as cerca. Ao proporcionarem às crianças a construção do conhecimento através de experiências significativas que venham a contribuir para o seu desenvolvimento integral, esses profissionais se consolidarão como mediadores entre a criança e o meio.