Novos tempos da Educação: aprender, aprender, aprender...

Postado por inovar 05/05/2022 0 Comentários

Novos tempos da Educação: aprender, aprender, aprender...

 

 

 

Tudo mudou! A realidade vivenciada nas últimas décadas fez com que nos adaptássemos a qualquer custo às actividades da família, da sociedade e também da Educação.

 

Foram construídas (com poder de autodestruição) armas nucleares, químicas e biológicas. Nada é absolutamente seguro, e um acidente qualquer poderá destruir a civilização.

 

O aquecimento global, a escassez de água potável, o excesso de lixo ocasionando enchentes, a superexploração da Terra e a degradação ambiental afectam diretamente o sistema vida e o sistema Terra.


Essa crise ecológica nos obriga a pensar sobre o futuro de nossa espécie e da Casa Comum. É em casa e na escola que uma nova consciência deve surgir.


A escola deve levar avante sua tarefa básica tendo como suporte o Relatório “Educação para o Século XXI” desenvolvido por especialistas do mundo inteiro juntamente com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO. Esse Relatório apoia-se em Quatro Pilares da Educação: Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a viver juntos, a viver com os outros, Aprender a ser.  

 

Através desses quatro pilares do conhecimento é possível prever grandes consequências na educação. Para tanto é preciso que professores, pais e alunos estejam engajados em:

 

 

1. Aprender a conhecer tudo o que o passado nos legou. Como escreveu Montaigne em seus “Ensaios”, “o educador deve ter antes a cabeça bem-feita do que bem cheia”. Vale dizer, conhecer a situação real da Terra e passá-la aos estudantes.

 

 

2. Aprender a pensar. Sabemos muito, e tudo está no Google, mas não pensamos no que sabemos. O saber é um poder que pode construir uma bomba atômica ou um antibiótico. O saber não é neutro. Pensar é detectar a quem ele serve e quem são os donos do saber.

 

 

3. Aprender a viver, que é criar um carácter recto, amante da verdade; é ser um bom cidadão, participativo, com um projecto solidário de vida.

 

 

4. Aprender a conviver, pois hoje vivemos no meio de diferenças de raça, religião, ideias e opções sexuais. Não permitir que a diferença se transforme em desigualdade, pois todos têm direito de viver conforme seu modo de ser.

 

 

5. Aprender a cuidar. Isso é novo, pois sabemos que o cuidado é a lei básica de todos os seres vivos e também do universo. Se não cuidamos da água, do lixo, de nós mesmos e das relações sociais, podemos dar espaço à degradação. Tudo o que amamos, cuidamos, e tudo o que cuidamos, amamos.

 

 

6. Aprender a ter uma ética e uma espiritualidade. A religião pode ajudar, mas não necessariamente, pois muitas fazem guerras. Ser ético é orientar-se pelo bem, é assumir as consequências de nossos actos; optar pelo bem comum, pela verdade, contra toda a corrupção. A espiritualidade é uma dimensão antropológica como são a razão, a vontade e a libido; somos espirituais quando colocamos as perguntas derradeiras: por que estou aqui, qual é o sentido do universo, da vida e de minha própria existência?

 

Desses novos desafios os educadores devem se imbuir e repassá-los aos educandos. Só assim estaremos à altura dos graves riscos que se nos apresentam.

 

Fonte:

https://www.otempo.com.br/opinião/leonardo-boff/um-novo-estilo-de-educação-para-os-novos-tempos-que-vivemos-1.1581998

Texto adaptado por: Profª Eliane Aparecida Zulian Delázari