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O que é Metodologia Activa de aprendizagem?
Metodologia activa de aprendizagem consiste em uma forma de ensino no qual os alunos são estimulados a participar do processo de forma mais direta.
De certa forma, a Metodologia activa quebra com abordagens tradicionais daquilo que consideramos educar.
Seu objectivo é estimular o aluno a sair do estado de estagnação durante a aula e colocá-lo como protagonista do processo de aprendizagem.
Todo este novo paradigma também pede a reestruturação do espaço físico do aluno, no qual o mobiliário escolar, possui um papel fundamental para uma experiência mais participativa.
Metodologia activa: Uma proposta de ensino para a contemporaneidade
Desenvolver abordagens novas para acompanhar novos tempos é extremamente necessário para aprimorar a educação, pois não se pode negar a quantidade assombrosa de modificações sociais que presenciamos nos últimos anos.
São transformações de ordem econômica, social, cultural, política e tecnológica que vêm mudando significativamente a vida das pessoas e as relações construídas entre elas. A escola não fica fora deste contexto. Também foi e está sendo abalada por infinitas mudanças.
Actualmente, demandas e mudanças são mais rápidas e é preciso urgente ressignificar antigos conceitos. Dessa forma, diferentes métodos de ensino surgem para adaptar o processo de conhecimento a estes novos tempos.
Tivemos séculos de ensino estagnado, que pouco mudou estruturalmente e didacticamente, e que não mais acompanha o mundo moderno. A Metodologia activa de aprendizagem chega para mudar este e futuros cenários relativos a educação.
O que sugere este conceito de aprendizagem?
Metodologias mais tradicionais, como sabemos, trabalham com o aluno/estudante através da exposição contínua de conteúdo. A avaliação da absorção deste conteúdo será testada mais tarde pelos professores, através de trabalhos e provas muitas vezes padronizadas.
Contudo, a Metodologia activa de aprendizagem trabalha de forma diferente e inovadora. Nela, o aluno é responsável e principal agente do seu processo educacional.
Dessa forma, os estudantes têm mais autonomia e são mais participativos durante a aula, tornando-a mais dinâmica e interessante.
Já não é de hoje que tanto alunos quanto professores descrevem o quão desestimulantes são as aulas nas escolas e universidades tradicionais. Essas aulas muitas vezes são marcadas pelo desinteresse e desvalorização dos alunos com relação aos esforços dos professores e vice-versa. E nem mesmo a tecnologia dentro da sala de aula foi capaz de alterar este panorama. Usada de forma independente, a tecnologia é incapaz de garantir o aprendizado ou de transformar paradigmas.
Como definido anteriormente, podemos considerar que a forma de ensino tradicional é focada na transmissão de conteúdo e informações e é centrada na figura do professor. Já na Metodologia activa de aprendizagem, é o aluno que ocupa o centro da ação educacional, e o conhecimento não é apenas transmitido, é construído. O aluno aqui é colocado como sujeito histórico da ação, com papel activo, onde valoriza-se suas opiniões e conhecimentos prévios como pontos de partida para a construção do saber. E, o professor, entra como facilitador, alguém que guia o estudante por esta estrada, auxiliando e permitindo que ele aprenda mais pela autonomia.
Quais os princípios da Metodologia activa da aprendizagem
A Metodologia activa de aprendizagem não é necessariamente algo novo.
Podemos encontrar na obra “Emílio” de Jean Jacques Rosseau, a experiência assumindo posição de destaque em contraposição à teoria.
Descartes também em seu “Discurso do método” afirma: “Resolvi a não procurar outra ciência, além daquela que poderia achar em mim próprio, ou então no grande livro do mundo”.
A obra de John Dewey, herdeiro intelectual de Charles Sanders Pierce, que encarava o conhecimento como processo social, assim como Vygotsky, que diz que o professor é essencial por ser o intermediário entre o aluno e o conhecimento disponível no ambiente, também contribuíram para a construção dessa metodologia.
Em 1991, a publicação do livro “Education for Judgment”, do professor C. Roland Christensen, da Universidade de Harvard, foi um marco ao tratar dos desafios da aprendizagem activa como abordagem pedagógica.
Publicações recentes, como a obra “Metodologias Ativas Para Uma Educação Inovadora”, de Lilian Bacich e José Moran contribuem ainda mais para aumentar o interesse pelo tema.
Cabe-nos abordar os princípios gerais que estão por trás da Metodologia activa de aprendizagem, os quais faremos a partir de agora.
Aluno – Peça chave a ser trabalhada!
O aluno é o centro do processo de absorção de conhecimento. Esta mudança torna-se necessária por um factor essencial: a quantidade excessiva de informações, que mudam rapidamente, tornando o aluno um ‘ser global’ e em constante conexão com o mundo. Logo, não cabe mais o estudante ser mero espectador passivo de conteúdos que lhe são continuamente apresentados.
Na Aprendizagem Baseada em Projetos, a interacção do aprendiz é maior, com mais controle distribuído a ele, além de mais efetiva participação em sala de aula.
Diversas construções mentais e acções são exigidas deste aluno, tais como:
Indubitavelmente a autonomia do aluno é fundamental na Metodologia activa, assim como sua postura participativa.
Autonomia para decidir mais adiante
Nesta metodologia, o estudante desenvolve atitude crítica e activa, que o tornará mais preparado para o futuro mercado de trabalho e para a vida.
Seu engajamento é fundamental para o exercício da liberdade na tomada de decisões, tanto na experiência escolar quanto, posteriormente, na profissional.
E, cabe ao professor que adota a Metodologia activa de ensino estimular para que essa autonomia se torne habitual, seguindo alguns princípios:
Com a prática da autonomia, a motivação dos estudantes é reforçada e mantida em constante estímulo.
Problematização da realidade
Problematizar, dentro do contexto da Metodologia activa de aprendizagem, nada mais é do que analisar a realidade e assim, tomar consciência dela. A desarticulação de conteúdos com contextos sociais, levam ao desânimo, apatia e desinteresse dos estudantes. Isto porque a educação escolar (em qualquer nível) tem que ser voltada para vida, de forma que os estudantes possam enxergar aplicação prática e utilidade no seu cotidiano.
Esta aproximação crítica do aprendiz com a realidade permite que ele adote a centralidade do processo educacional, uma das bases da Metodologia Baseada em Projetos.
Professor – Um elemento de mediação
O ensino, como prática de natureza ética fundamentalmente humana, exige hoje em dia que os processos de interacção sejam mais dinâmicos e complexos.
O acto de ensinar não consiste apenas de passar conteúdo, mas sim de instigar, provocar e propiciar a construção, reflexão e transformação sem perder de vista o respeito à autonomia do aluno.
Assim, o professor assume outros papéis, como:
Sendo assim, é na Metodologia activa de aprendizagem que o professor incentiva o estudante à participação. Essencialmente, removendo-o da estagnação e o colocando no papel central do processo educacional.
O espaço da sala de aula
Aqui referimo-nos ao espaço físico da sala, e iremos analisar as soluções de design que impactam essa metodologia.
O mobiliário escolar sempre teve aspecto rígido e formal, seguindo o antigo padrão jesuíta de mesas colocadas em filas diante do professor. Este formato não responde mais as actuais necessidades de ensino.
Mas, dentro da metodologia activa, especialmente, as mesas e carteiras escolares devem permitir uma maior flexibilização do layout, para que os alunos possam se movimentar livremente e realizar trabalhos em grupo, por exemplo.
Nessa metodologia não é necessário que a classe seja toda organizada voltada ao professor. Ao contrário, é fundamental permitir que o mobiliário escolar também seja ressignificado para a facilitação do aprendizado.
A adoção de carteira universitárias com rodízios, permitindo que os alunos se movimentem facilmente e trabalhem sempre de maneira colaborativa também faz parte desta nova abordagem.
Trabalho de grupo
A Metodologia activa de aprendizagem estimula que os estudantes, sejam do ensino fundamental, médio ou universitário, se encontrem em constante interacção.
Ao invés do padrão normativo clássico, onde não era permitido conversar uns com outros, este princípio estimula que os alunos discutam e troquem ideias constantemente.
Lógico que, para isto, como dito, é preciso que o mobiliário, cadeiras escolares ou carteiras universitárias sejam adequados a esta reorganização.
Este movimento constante, de argumentação e contra argumentação propicia o despertar da postura crítica diante da realidade e uma maior compreensão de mundo.
Benefícios do uso da Metodologia activa de aprendizagem
Uma das técnicas das metodologias activas é a Aprendizagem baseada em Projetos. Pode-se apontar alguns benefícios claros da adoção desta técnica para universitários, entre os quais podemos citar:
Sem dizer que a própria instituição ganha ao utilizar estes princípios, melhorando tanto a satisfação dentro da sala de aula, quanto a percepção de valor pelos alunos e mercado em geral.
Para concluir:
A Metodologia Activa de aprendizagem também auxilia na retenção dos alunos, assim como é ótima ferramenta de atração para possíveis novos estudantes.
Nunca foi tão necessário propor a transformação na forma de ensino, dadas as radicais mudanças estruturais na sociedade e, melhorar a autonomia dos alunos em relação ao papel de cada um na sala de aula faz parte disso.
Ampliar o espaço para o conhecimento, debate, dúvida, questionamento, posicionamento e protagonismo é o que propõe a Metodologia activa de aprendizagem – uma mudança na forma de entender o ensino!
Fonte:
https://www.habto.com/blog/o-que-e-metodologia-ativa-de-aprendizagem
Adaptado por: Eliane Ap. Zulian Delázari