O ritmo das Escolas e a Pandemia Mundial do novo Coronavírus

Postado por inovar 07/04/2020 0 Comentários

O ritmo das Escolas e a Pandemia Mundial do novo Coronavírus

 

 

 

 

Nas escolas, desde o dia 16 de março, não se fala sobre outro assunto: a pandemia mundial do novo coronavírus. O assunto chegou trazendo muitas incertezas para educadores, alunos e familiares: as aulas vão ser suspensas, serão decretadas férias ou a Educação a distância vai entrar em cena? Até agora, muitas redes seguem com as aulas suspensas e, em breve, algumas vão entrar em período de férias. Nesse meio tempo, em vários países, muita gente já se organizou para não deixar a peteca cair e está em contacto com familiares e alunos a usar ferramentas eletrónicas, como redes sociais e aplicativos de mensagens e a enviar actividades pela internet.

 

 

A mudança de rotina apresenta uma série de novos desafios para os educadores. Um deles é virar a chave do mundo da sala de aula presencial para o universo digital. Além de muitos alunos não terem acesso à tecnologia em casa e um ambiente minimamente adequado para estudar, existe a falta de intimidade com essa nova realidade de uma parcela significativa de professores. Perante esta situação, a busca pelos professores por capacitações sobre o tema tem aumentado, o que ajuda a resolver o problema momentaneamente.

 

 

Porém, nem tudo é tão simples assim, existe uma infinidade de alunos que não possui acesso às tecnologias, o que dificulta o contacto com as actividades escolares neste período de pandemia.

 

 

Para todo problema acreditamos que tenha uma solução. É hora dos professores colocarem a criatividade para funcionar, o que não pode é esse tempo longe da escola ficar ocioso e, mais tarde, tornar-se um problema e ficarem falhas no processo de aprendizagem.

 

 

Vejam a seguir o exemplo desta professora diante da impossibilidade dos seus alunos terem contacto com as actuais tecnologias.

 

Professora coloca deveres em 'varal' para alunos não ficarem sem estudar...

 

Fonte1:https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/04/04/professora-coloca-deveres-em-varal-para-alunos-nao-ficarem-sem-estudar.htm

 

Daniel Leite - Colaboração para o UOL

 

Em meio a iniciativas para alunos estudarem por aplicativos e sites, em Piranguinho (Minas Gerais/Brasil), a 439km de Belo Horizonte, uma professora do Ensino Fundamental encontrou uma alternativa inusitada. As actividades escolares estão sendo colocadas em sacolas plásticas e penduradas numa espécie de varal improvisado na grade da casa dela.

 

 

Desde ontem, os pais dos estudantes vão até lá e buscam o material, sem ter contacto com a professora Andréia Maria Gomes Machado, para evitar o risco de propagação do novo coronavírus. No interior das sacolas, estão os exercícios de reforço do que já foi visto em salas de aula esse ano antes da paralisação por causa da pandemia.

 

 

Lecionando há 30 anos, ela é professora do 5º ano do Ensino Fundamental da escola municipal Almerinda Valente de Lima, na cidade de 9 mil habitantes. Ao UOL ela contou que sempre gostou de dar "algum diferencial para a vida dos alunos".

 

 

Agora, decidiu trabalhar de casa e não deixar que os alunos, mesmo os da zona rural, fiquem semanas e mais semanas sem estudar.

 

 

Fiquei pensando nos meus alunos com essa situação toda. Eles não têm condições de estudar sozinhos, sem um apoio escolar. A minha intenção é dar actividades para eles não ficarem ociosos.

 

 

A novidade foi comunicada aos pais na quinta-feira passada. Na sexta, uma hora depois de ela deixar as actividades no "varal", sete já haviam buscado. De ontem para hoje, outros dez pegaram o material para que os filhos pudessem estudar em casa. "Os pais abraçaram a causa".

 

 

Ao conversar com os responsáveis pelas crianças, Andréia lembrou que não poderia ter contacto com eles, até porque ela mora com a mãe, que é idosa. "Eu pedi que não tivéssemos contacto físico. Estou me protegendo e também a minha mãe idosa".

 

 

Silvana Marlene da Silva Coelho mora na zona rural e estava tentando ajudar a filha Renata em algumas disciplinas da escola. Mas ela sabe que não era suficiente. Agora, quando vai fazer compras essenciais, ela aproveita para pegar o material elaborado pela professora. "É uma coisa criativa que ela fez, ela deixa na grade da casa dela. E na hora que a gente vai resolver alguma coisa na cidade, a gente pega".

 

 

As embalagens plásticas são de um supermercado. Andréia afirma que no local os funcionários usam luvas e colocam todas as sacolas numa só, para evitar contacto externo. Ela explica que, ao chegar em casa, adota todos os cuidados de higiene recomendados pelo Ministério da Saúde para, então, disponibilizar o material didáctico.

 

 

A rotina da professora agora é montar as actividades no seu computador, imprimi-las por lá mesmo e colocá-las, individualmente, nas 20 sacolas, número de alunos de sua turma.

 

 

Andréia pediu aos responsáveis que não vão até a casa dela apenas para buscar os exercícios escolares, evitando, assim, que saiam sem necessidade. A orientação foi que eles aproveitem quando forem fazer compras essenciais, como em mercados e farmácias, já que ela mora muito perto desses estabelecimentos. "Pedi que não viessem só para pegar as actividades, mas quando precisassem".

 

 

Para a dona de casa Sônia Dias Marques Mota, mãe de Guilherme, que é autista, manter a rotina do filho é fundamental. Por sua vez, a professora adopta as actividades para o garoto, de 10 anos. "Por não falar, Guilherme sentiu muito não ir para a escola". Agora, com as actividades em casa, ela percebe uma evolução no comportamento da criança. "Ele está muito mais tranquilo agora. Antes de ela ter essa ideia, ele pegava o caderno e ficava rabiscando até rasgar as folhas. Agora ele está na maior felicidade".

 

 

O trabalho não vai contar como nota no boletim, explica a professora. Os pais deverão enviar fotos das actividades já realizadas pelos filhos para Andréia corrigi-las. "Não terá conteúdo novo para não prejudicar o aluno que não possa vir buscar. A gente não está repondo aula com isso". Segundo conta, a secretaria municipal de Educação concordou e elogiou a iniciativa.

 

 

O "varal" escolar tem ajudado o carteiro Renato Ribeiro da Silva, para quem é difícil fazer o trabalho do professor em casa. Na opinião dele, a ideia ajuda a dar continuidade ao que a filha, Maria Rita, de 10 anos, estava aprendendo em sala de aula. "Acho a iniciativa muito boa. Mostra a preocupação dela com as crianças neste momento pelo qual estamos passando. Fico grato pela atitude dela. Por mais que a gente tente fazer as actividades, não sabemos como".

 

 

Para ajudar nesse período conturbado, para quem teve as aulas suspensas e vai precisar estudar em casa, confira 7 dicas importantes:

 

  1. Siga uma rotina

A dica é seguir uma rotina similar à que teria se fosse para a escola: acordar cedo, vestir-se adequadamente, tomar o café da manhã no horário normal e focar nas actividades seguindo os conteúdos programáticos que seriam trabalhados em sala de aula. Para quem tem oportunidade, os recursos digitais oferecidos pela instituição de ensino são excelentes para esse momento, principalmente se eles possibilitarem que o professor acompanhe o desempenho dos alunos.

 

  1. Defina um local de estudos

É importante que o estudante escolha um ambiente tranquilo no qual não seja distraído pelo que acontece em seu entorno e realmente possa focar.

 

  1. Tenha equilíbrio

Pequenas pausas devem ocorrer com uma frequência semelhante à que teria na escola. E não se esqueça de se alimentar e se hidratar adequadamente.

 

  1. Conecte-se com seus colegas

Mantenha contacto. Em muitos momentos, vocês poderão trocar informações relevantes e tirar dúvidas uns com os outros. Que tal criar grupos de estudos em redes sociais ou no WhatsApp?

 

  1. Peça ajuda da família

Os familiares também têm um papel fundamental nessa mudança. É importante que os pais demonstrem interesse naquilo que os filhos estão aprendendo e que se disponham a ajudá-los quando possível.

 

  1. Use a tecnologia a seu favor

É válido utilizar outras fontes de conhecimento, como a internet, para tirar dúvidas e aumentar o conhecimento.

 

  1. Mais uma dica para estudantes maiores: estude por meio de filmes, músicas e podcasts

Além da questão da saúde física, uma pandemia também mexe com o emocional das pessoas. Fazer coisas que te entretém e te distraem é muito importante no cenário em que vivemos. Se puder conciliar com os estudos então, melhor ainda! Estudar por meio de músicas, podcasts e filmes é uma ótima saída.

 

 

A preocupação é válida, mas o momento agora é de se cuidar e de encontrar maneiras de se adoptar à nova realidade e manter o ritmo de estudos em casa. Aproveite o ambiente seguro e familiar e o tempo que você economiza de transporte até a escola para descansar antes de iniciar os estudos. Foco e determinação!

 

Fonte 2: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/coronavirus-7-dicas-para-estudar-em-casa-e-nao-perder-o-ritmo/

Juliana Morales

Adaptado por: Eliane Ap. Zulian Delázari