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Geografia: conceito e algumas dicas de como trabalhar dentro e fora da sala de aula
O ensino de geografia é crucial para a formação de cidadãos críticos e conscientes, permitindo-lhes compreender as relações entre sociedade e espaço, e analisar as complexidades do mundo. Através do estudo da geografia, os alunos aprendem a observar, analisar e questionar a realidade, tornando-se mais aptos a participar activamente na vida social e a tomar decisões informadas.
Formação de cidadãos críticos
A geografia ajuda os alunos a desenvolver uma compreensão mais aprofundada do mundo, seus problemas e suas soluções.
Compreensão das relações sociedade-espaço
O estudo da geografia permite entender como a sociedade interage com o meio ambiente e como as acções humanas impactam o espaço.
Análise crítica da realidade
A geografia incentiva os alunos a questionar e a reflectir sobre as questões sociais, económicas e políticas que afectam o seu cotidiano.
Participação consciente na vida social
Com uma compreensão mais aprofundada do mundo, os alunos se tornam mais aptos a participar activamente na vida social e a contribuir para a construção de um futuro mais justo e sustentável.
Estudo do espaço
A geografia ajuda a entender a organização espacial da sociedade, desde o bairro até o mundo, e as relações entre os diferentes elementos que compõem o espaço.
Análise de fenómenos
O estudo da geografia permite analisar fenómenos naturais e sociais, como mudanças climáticas, crescimento urbano e desigualdades sociais.
Formação de cidadãos conscientes
A geografia contribui para a formação de cidadãos que compreendem as interacções entre sociedade e natureza, e que se preocupam com a sustentabilidade e o desenvolvimento.
Desenvolvimento de habilidades
A geografia estimula o desenvolvimento de habilidades como leitura de mapas, análise de dados e interpretação de informações.
Relevância para o futuro
O conhecimento geográfico é fundamental para entender os desafios que o planeta enfrenta, como o aquecimento global, a escassez de recursos e a desigualdade social.
Em suma, o ensino de geografia é uma ferramenta poderosa para a formação de cidadãos conscientes, críticos e preparados para actuar em um mundo cada vez mais complexo e interconectado.
A importância dos mapas para a Geografia
A Geografia não é a ciência responsável por produzir os mapas, pois o campo do conhecimento que carrega esse objectivo é a Cartografia. No entanto, para o geógrafo e para os estudantes de Geografia é extremamente necessário o conhecimento sobre a produção e leitura dos mapas, haja vista que eles são utilizados para representar e explicar as características postas no espaço.
Nesse sentido, faz-se útil que o estudante tenha em mente questões referentes aos elementos cartográficos e suas utilidades, como a escala e a legenda, os tipos de mapas e as atribuições dadas a cada um.
Como melhorar as aulas de Geografia
Para melhorar as aulas de Geografia, é importante destacar a busca pela curiosidade e a utilização da realidade e conhecimentos do estudante.
Deixar as aulas de Geografia mais atractivas é um desafio permanente na carreira docente dessa área.
Um problema recorrente no ensino de Geografia é a dificuldade que muitos professores possuem em tornar suas aulas suficientemente atractivas para os alunos. Muitos problemas, que passam pelo desinteresse dos alunos e vão até a dificuldade do professor em tornar a matéria acessível, fazem com que a prática docente nessa disciplina torne-se muito difícil e, às vezes, até traumática. Portanto, a seguir, vamos dar algumas dicas para melhorar as aulas de Geografia no dia-a-dia.
1. A curiosidade deixa tudo mais interessante
Uma importante dica para professores de Geografia e também uma estratégia que é muito utilizada em várias disciplinas: atrair o interesse dos estudantes por meio da curiosidade. No início da aula, é interessante que o professor faça algumas perguntas retóricas ou alguns comentários que instiguem o aluno.
Por exemplo: em uma aula sobre Placas Tectónicas, o professor pode questionar a princípio: “Por que será que os terremotos acontecem?” ou “Como surgem as montanhas?” ou até um comentário como “é interessante perceber que a superfície se movimenta e o mar pode virar sertão...”, entre outras inúmeras hipóteses possíveis. Geralmente, esses questionamentos e comentários referem-se a uma realidade prática, o que geralmente leva os alunos a reflectirem sobre o tema.
Portanto, se o professor for habilidoso nesse procedimento, nada ficará desinteressante. Mas cuidado ao aplicar essa estratégia de forma muito repetitiva, pois isso pode deixar suas aulas muito previsíveis.
2. Utiliza músicas ou filmes para introduzir o assunto
Às vezes, é interessante introduzir um assunto com uma música, um filme ou outra mídia, talvez até uma obra literária. Essa estratégia é eficaz no sentido de mostrar ao aluno que o tema que será ensinado é debatido ou vivenciado por outras pessoas, de forma que aquilo não é uma novidade restrita à sala de aula.
O único problema dessa estratégia é que o professor precisa tomar o cuidado para torná-la atractiva ou agradável para os estudantes. Assim, em vez de ordenar que os alunos façam um “resumo” do filme ou da música, talvez seja melhor fazer um debate ou até um apanhado geral das reflexões feitas por cada um e enumerá-las no quadro-negro ou em um mural.
3. Faz jogos ou outras práticas lúdicas
Uma boa maneira de deixar as aulas de Geografia mais interessantes é realizar, eventualmente, alguns jogos ou práticas lúdicas relacionadas com o conteúdo. Em muitos casos, os alunos apreendem melhor algumas informações por meio da realização desses jogos ou, pelo menos, eles adquirem uma maior simpatia com a disciplina.
Assim, além de jogos e brincadeiras, o professor pode realizar algumas dinâmicas, gincanas ou até uma “miniolimpíada” de perguntas e respostas, de forma a estimular os estudantes a se destacarem melhor nos conteúdos abordados durantes as aulas. Nesse caso, vale a criactividade do professor.
4. Coloca os alunos para resolver situações-problema
Muitas vezes, o aluno assimila melhor um conteúdo quanto ele lida com situações-problema. Além disso, apresentar essas soluções pode fazer com que ele se desenvolva mais, pois é provado que, quando alguém ensina uma coisa, ele aprende ainda mais sobre ela.
Essa metodologia pode variar desde a resolução de um problema ou pergunta no quadro-negro até a aplicação directa de um conteúdo em seu cotidiano. Por exemplo, em uma aula sobre educação ambiental, o aluno poderá sugerir soluções para diminuir os efeitos das enchentes nas cidades em razão do acúmulo de lixo nas ruas. Assim, ele poderá pesquisar sobre tais soluções e apresentar para os seus colegas posteriormente.
As dicas acima foram elencadas como sugestões, voltadas para aqueles professores que desejam melhorar suas aulas de Geografia. No entanto, elas não encerram o assunto, havendo inúmeras possibilidades que estimulam o aprimoramento da prática docente. De forma geral, o que o professor não pode deixar de ter é autocrítica com relação ao seu desempenho e consciência de que não existe um educador perfeito, mas sim a possibilidade de melhorar a cada dia em sua profissão.
Algumas dicas de actividades concretas no ensino da Geografia
1 - A organização do espaço dentro da sala de aula
Na Geografia, um dos principais objectos de estudo é o espaço geográfico. É nele que a sociedade se organiza, segundo distintos factores. A organização do espaço acontece de maneira diferente, em razão das diferentes necessidades, momentos históricos, civilização, cultura, intenções, significados e inúmeros outros.
Cada espaço é organizado a partir das intenções, como por exemplo: estádio de futebol, um shopping Center, um escritório, um supermercado, entre outros. Diante dessa afirmação, o professor pode promover uma actividade de organização do espaço, que poderá ser desenvolvida dentro da própria sala de aula. O intuito dessa actividade é elucidar sobre as distintas opiniões, interesses, intenções que existem, além de mostrar como um mesmo espaço pode ter inúmeras composições ou formações.
Para a execução dessa actividade segue a sugestão do roteiro abaixo:
- Primeiro passo: fazer com que os alunos visualizem o espaço da sala e sua organização. Logo após faz as seguintes perguntas: como a sala está organizada? Por que a sala está organizada dessa forma? Ela pode ser organizada de outra maneira?
- Segundo passo: os alunos devem expor algumas possibilidades de arrumação da sala e explicar o porquê.
- Terceiro passo: os alunos devem organizar a sala de acordo com os seus interesses e ideias.
- Quarto e último passo: após a organização, é preciso fazer os seguintes questionamentos: por que todos arrumaram a sala? Como vamos usar o espaço?
A partir dessa simples actividade os alunos terão participado da organização de um espaço segundo suas necessidades, interesses, vontades, valores e imaginação. Desse modo, terão uma experiência concreta de construção e organização social do espaço. Além disso, essa actividade estabelece uma ligação entre o teórico e o prático.
2 - Mapear a Escola
A elaboração de aulas mais dinâmicas é de fundamental importância para se obter êxito no processo de ensino e aprendizagem. Sendo assim, a realização de actividades práticas é uma óptima alternativa, em especial aulas desenvolvidas nos ambientes externos à sala de aula. Contudo, é essencial que sempre haja relação com o conteúdo estudado, e não apenas uma forma de agradar os estudantes.
Tendo em vista que as actividades em ambientes “abertos” são mais bem aceitas pelos alunos, sugerimos que o educador solicite o mapeamento da escola. Essa é uma boa forma de se ensinar cartografia e promover a identificação das diferentes paisagens relacionadas ao local em que estudam, além de auxiliar no processo de construção do conceito de espaço geográfico.
Essa actividade tem como objectivo a representação e análise da organização espacial, onde os estudantes deverão destacar informações que acharem essenciais. Para isso, explica como se confecciona um mapa (croqui), destaca a representação dos elementos, organização, utilização de símbolos, etc.
Em seguida, é necessário encaminhar a turma para o pátio da escola e deixá-los livres para a realização do mapeamento. Auxilia durante a realização da tarefa e discuta sobre alguns dos elementos que podem ser destacados no mapeamento.
Após essa parte da actividade, discute com os alunos sobre a distribuição dos elementos (salas de aula, pátio, banheiros, bebedouro, cantina, entre outros) no espaço escolar, identifica suas utilidades e analisa a lógica dessa organização espacial. Posteriormente, utiliza os mapas produzidos e discute os pontos mais relevantes da actividade.
3 - Construção de um globo terrestre
O desenvolvimento das habilidades cartográficas dos alunos deve ser motivado pelo professor através de actividades dinâmicas e eficazes. Os elementos da cartografia estão presentes em nosso cotidiano, como no simples facto de localizar uma rua, indicar um determinado endereço, utilizar os pontos cardeais e colaterais para orientação, entre outras atitudes.
Portanto, o educador deve promover aulas que despertam o conhecimento cartográfico dos estudantes e elaborar materiais que auxiliem na interpretação de mapas, orientação e localização geográfica, confecção de cartas, croquis, maquetes, etc. Nesse sentido, uma actividade de grande relevância é a construção de um globo terrestre, que, posteriormente, pode ser utilizado nas aulas de fuso horário, estudo dos continentes, oceanos, coordenadas geográficas, entre outros temas pertinentes.
Para a realização da actividade serão necessários os seguintes materiais:
- Bola de isopor de 10 cm.
- Fotocópia do mapa-múndi ampliado em 300%.
- Lápis de cor.
- Fita dupla face.
- Tesoura.
Modo de fazer:
Solicita que os estudantes pintam os oceanos de azul e as porções continentais com cores distintas. Em seguida, corta o mapa em tiras no sentido norte-sul e coloca a fita dupla face no verso de cada uma das partes cortadas.
Posteriormente, cola as tiras na bola de isopor e segue a ordem do mapa-múndi. É importante esticá-las bem para que não fiquem enrugadas, além de atentar para que nenhuma seja colada no local inadequado. Uma boa maneira de confeccionar esse globo terrestre é ter a emenda da bola de isopor como referência à linha do Equador, pois esse mecanismo auxilia na ordenação das tiras.
Essa é uma actividade fácil e que utiliza objectos simples e proporciona resultados extremamente satisfatórios. Os alunos participam de forma efectiva, desperta o conhecimento cartográfico, além desse material poder ser aproveitado em outras aulas de Geografia.
4. Representação do Sistema Solar
O sistema solar consiste num conjunto de corpos celestes que, através da força gravitacional, giram em torno do Sol. Esse tema sempre despertou a curiosidade dos seres humanos ao longo da história, sendo objecto de pesquisas e alvo de constantes debates entre a comunidade científica. Portanto, sua abordagem em sala de aula é essencial e proporciona o conhecimento da dinâmica e organização do sistema solar.
Inicia o conteúdo a perguntar quantos planetas formam o sistema solar. Quais os seus nomes? Como eles estão distribuídos tendo como referência o Sol? Esclareça todas essas questões e explica que o Sol não é um planeta e sim uma estrela. Elucida os motivos que levaram Plutão a deixar de ser um planeta integrante do sistema solar. Posteriormente, realiza uma actividade prática sobre o tema, proporciona condições eficientes no processo de ensino e de aprendizagem, além de proporcionar interacção dos estudantes com o conteúdo.
Nesse sentido, propomos a construção de um esboço do sistema solar. Para isso, serão necessários os seguintes materiais:
- Nove bolas de isopor com tamanhos diferenciados (passar a numeração de cada bola);
- Linha de anzol;
- Tachinhas;
- Canetinhas;
- 1 caixa de papelão (estipular as medidas: altura, comprimento e profundidade).
Com todos esses materiais em mãos, apresenta uma figura que contenha o sistema solar (livro, revista, etc.) e, em seguida, pinta as bolas de isopor e identifica de acordo com cada planeta a ser representado. Essa identificação deve ser realizada a obedecer ao tamanho dos planetas, ou seja, as maiores bolas deverão representar os maiores planetas. O Sol (estrela central do sistema solar), por exemplo, deve ser a maior bola e Mercúrio, a menor.
Posteriormente, fixa uma tachinha em cada bola de isopor e amarra com a linha de anzol conforme a ordenação do sistema solar (Sol, Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). Para finalizar, elucida sobre as duas principais teorias que explicam a organização do sistema solar: Geocentrismo e Heliocentrismo.
Para avaliar os estudantes, solicita a realização de uma redação que contenha o desenho do sistema solar (com os nomes e a ordenação correcta) e os principais aspectos das teorias do Geocentrismo e do Heliocentrismo.
5. A distribuição de água no planeta
Todos nós sabemos sobre a importância da água para a manutenção da vida de todas as espécies do planeta. Esse recurso natural cobre cerca de 97,5% da superfície terrestre, entretanto, cerca de 2,5% deste volume é de água doce.
Ao abordar esse tema em sala de aula é de fundamental importância que o professor promova a conscientização ambiental dos estudantes. Para isso, inicia a aula a esclarecer que a água não é um recurso infinito e que é necessário seu uso racional e a preservação da sua qualidade.
Posteriormente, questiona os alunos sobre a importância desse recurso natural para as nossas vidas. Destaca que cerca de 80% do nosso organismo é composto por água e que ela é considerada o solvente universal. Explica os benefícios da ingestão de água tratada: regulador térmico, prevenção de doenças (cálculo renal, infecção de urina, etc.), hidratação, entre outros.
Elucida que além da importância para a saúde humana, a água é essencial no desenvolvimento de actividades económicas: agricultura, indústria, construção civil, etc.
Em seguida, apresenta a forma de distribuição da água no planeta Terra:
- 97,5% da água disponível no mundo está nos oceanos, ou seja, é água salgada.
- 2,5% de água doce está distribuída da seguinte forma:
- 29% aquíferos (águas subterrâneas);
- 69,8% calotas polares;
- 0,3% rios e lagos;
- 0,9% outros reservatórios (nuvens, vapor-d’água, etc.).
Após apresentar esses dados aos alunos, o professor deve realizar um debate e abordar os seguintes questionamentos:
-Á água é um recurso natural infinito?
-A disponibilidade de água doce é suficiente para suprir as necessidades do ser humano?
-Qual a importância da água para a vida?
-Como podemos contribuir para a preservação da água no planeta?
Ao término do debate, solicita a realização de um trabalho a abordar a importância da água para os seres vivos nas actividades económicas, a distribuição desse recurso entre os continentes, a disponibilidade de água no território brasileiro e possíveis atitudes para sua preservação.
6. Além da sala de aula
Busca também explorar o meio em que vivem, sair da sala de aula, dá uma dimensão de que a geografia pode ser vista em todos os lugares.
Agenda visitas em museus, centros de pesquisa e exposições. Você pode levar os alunos para ver o parque botânico da sua cidade para que conheçam a vegetação local, por exemplo. Mas é preciso ter cuidado para as aulas práticas não sejam vistas apenas como visitas, por isso propõe tarefas e faz com que os alunos interajam com o assunto e entre si para trocar experiências.
Como podemos ver, o ensino da geografia deve contribuir para a formação dos alunos não só para o lado académico, aprender por aprender, e sim para formar cidadãos mais preparados para a sociedade. Desse modo, a importância da geografia se revela na compreensão dos problemas que afligem o mundo, se mostra uma grande ferramenta para mudá-lo para melhor.
A importância da Geografia não está somente nos conhecimentos sobre os nomes de países, suas capitais, dados populacionais, moeda, religião etc., mas também em explicar a dinâmica das acções no espaço, que não desvinculam do tempo. Por exemplo: a dinâmica da transformação dos espaços na cidade, a lógica da produção agrária, a distribuição dos movimentos sociais, a estrutura geomorfológica superficial da Terra, entre outros.
Fontes:
https://editorialpaco.com.br/geografia-como-ensinar/
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/geografia.htm
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/dicas-para-melhorar-as-aulas-geografia.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/importancia-geografia.htm
Texto adaptado por: Profª Eliane Ap. Zulian Delázari