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A interacção Professor-Aluno
Para expor pensamentos sobre a interacção professor-aluno é preciso antes mencionar as relações, as quais convivem as pessoas.
É importante saber que a formação das crianças e dos jovens ocorre por meio da sua participação na rede de relações que constitui a dinâmica social. Por meio dessa participação passam a conviver com pessoas (grupos) e neste processo assimilam conhecimentos, desenvolvem hábitos e atitudes de convívio social e, consequentemente, potencializam a cooperação e o respeito humano.
No decorrer do tempo a união entre as pessoas dá margem ao grupo, cada classe constitui um grupo, o qual passa a ser o elemento formador da dinâmica social.
A escola, depois da família, é o primeiro grupo social a que pertencemos. E grupos sociais são importantes para que aprendamos a interagir com pessoas, a conhecer novos comportamentos e a respeitar uns aos outros. Dentro desse grupo macro existe o grupo que ocupa o espaço de uma sala de aula, no qual a interacção social se processa por meio da relação entre professor-aluno e aluno-aluno.
No convívio diário com o professor e colegas o aluno passa a exercitar hábitos, desenvolver atitudes e assimilar valores que serão seu alicerce para uma boa formação.
Neste contexto é possível potencializar que a escola é um local de encontros existenciais, da vivência das relações humanas e da veiculação e intercâmbio de valores e princípios de vida. É bom deixar claro que alguma parte da matéria e do conteúdo de ensino podem ser esquecidos, mas não são esquecidos os fatos alegres ou triste, as conversas informais, as ideias expressas pelo professor e pelos colegas, a forma de agir e de se manifestar do professor, os momentos vividos juntos, os valores que foram veiculados nesse convívio. São nesses momentos de interacção, instantes compartilhados e vividos em conjunto, que o domínio afectivo se une à esfera cognitiva e o aluno age de forma integral, como realmente é, como um todo.
Procuramos salientar que o aluno não age só com a razão, mas também com os sentimentos e as emoções que se unem, guiando seu comportamento. Nessa interacção eles transmitem e assimilam conhecimentos, trocam ideias, expressam opiniões, compartilham experiências, manifestam suas formas de ver e conceber o mundo.
A interacção humana tem uma função educativa, pois é convivendo com os seus semelhantes que o ser humano é educado e se educa. O educador na sua relação com o educando, estimula e ativa o interesse do aluno e orienta o seu esforço individual para aprender.
O professor tem basicamente duas funções na relação com o aluno:
- uma função incentivadora e energizante: pois deve aproveitar a curiosidade natural do educando para despertar o seu interesse e mobilizar seus esquemas cognitivos;
- uma função orientadora: pois deve orientar o esforço do aluno para aprender, ajudando-o a construir seu próprio conhecimento.
O professor deve ajudar o aluno a transformar sua curiosidade em esforço cognitivo e a passar de um conhecimento confuso e fragmentado, a um saber organizado e preciso. No entanto, tem que ter bem claro que antes de ser professor ele deve ser um educador, pois sua personalidade é norteada por valores e princípios de vida.
Consciente ou inconscientemente, explícita ou implicitamente o professor veicula os valores em sala de aula, manifestando-os a seus alunos, o que também contribui para a formação da personalidade do educando.
A construção do conhecimento é um processo interpessoal que tem como ponto principal: a relação educando-educador. O educador aprende com seu aluno na medida em que consegue compreender como este percebe e sente o mundo.
Ao conhecer as novas formas de conceber o mundo, que são diferentes da sua, o professor pode rever comportamentos, retificar opiniões, desfazer preconceitos, mudar atitudes, alterar posturas.
Nesse contacto interpessoal, instaura-se um processo de intercâmbio, no qual o diálogo é fundamental.
De um lado temos o professor com o seu saber organizado, o conhecimento cientificamente estruturado, ele se expressa na norma culta da língua, tem seus ideais e valores formais aceitos pela sociedade, coloca um grau de expectativa em relação ao desempenho do aluno.
Do outro lado temos o aluno com o seu saber não sistematizado, difuso e sincrético, em poder do conhecimento empírico, possui um modo de falar próprio de seu ambiente cultural, apresenta seus ideais e valores referentes ao seu grupo social, tem certo nível de aspiração em relação à escola e à vida.
Dessa forma, o diálogo é a ponte entre o conhecimento popular de carácter empírico e o conhecimento cientificamente organizado, permitindo a criação de um novo tipo de conhecimento, capaz de compreender a realidade a fim de transformá-la.
A interacção do professor com a classe e as relações com cada aluno em particular, depende da postura por ele adotada diante da vida e perante o seu fazer pedagógico.
De nada adianta conhecer novos métodos de ensino, usar recursos audiovisuais modernos, se encaramos o aluno como um ser passivo e receptivo.
A forma de ensinar e interagir com os alunos vai depender do modo como os concebemos: seres ativos ou passivos?
Se o que pretendemos é que o aluno construa seu próprio conhecimento, devemos permitir que ele exerça sua actividade mental sobre os objetos, isto se dá quando ele observa, compara, classifica, ordena, seria, localiza no tempo e no espaço, analisa, sintetiza, propõe e comprova hipóteses, deduz, avalia e, finalmente, julga.
REFERÊNCIAS
HAYDT, Regina C. C. Curso de didática geral. 7.ed. São Paulo: Ática, 2006.
PILETTI, Claudino. Didática Geral. 23.ed. São Paulo: Ática, 2006.