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Bullying na Escola: um problema crónico
Todos sabemos que, até pouco tempo, o que hoje reconhecemos como bullying era visto como “briguinhas de criança”, implicâncias bobas e até brincadeiras normais, como colocar nomes diferentes em um colega. Ou seja, o bullying sempre existiu, mas pouco era sistematizado e estudado. Além disso, as famílias tinham menos informação para lidar com esse problema e apenas os mais graves eram levados a sério pela família, que junto à escola procurava intervir de alguma forma.
O bullying é, sim, um problema crónico na escola. Não surgiu ontem nem será eliminado amanhã. Como, então, conviver com essa prática e minimizar seus efeitos dentro do ambiente escolar?
A boa notícia é que, de alguns anos para cá, as instituições de ensino, as famílias e até altas autoridades têm percebido que esse é um problema grave nas escolas e que algumas medidas precisam ser tomadas.
Bullying: um termo “novo” para uma prática antiga
O termo - que foi importado do inglês há pouco tempo, embora tenha um equivalente na língua portuguesa (“bulir”) - já se tornou popular, mas a prática remonta a muito mais tempo. Para qualquer pessoa que perguntarmos, dos mais novos aos mais velhos, teremos relatos sobre intimidação e violência nas escolas, vividos por essas próprias pessoas ou por colegas.
A violência ou intimidação sistematizada de um indivíduo ou grupo contra outro(s) individuo(s) ou grupo(s), sem motivo claro, de forma física e/ou psicológica, intencional e continuada constitui um caso de bullying. Por exemplo, no Brasil, a palavra “bullying” é utilizada principalmente em relação aos atos agressivos entre alunos nas escolas.
Bullying na escola
Embora possa ocorrer em ambiente de trabalho ou entre vizinhos, por exemplo, a escola é o local mais suscetível à prática de bullying. As crianças e os jovens, por estarem em fase de formação, também vivenciam necessidade de auto-afirmação e, às vezes, não estão acostumados a conviver com diferenças. Pode vir daí a origem dessas práticas inaceitáveis de discriminação e superioridade.
No ambiente escolar, é importante ficar atento às formas que os agressores usam para intimidar as vítimas. Elas são as mais diversas, como:
Diversas são as consequências do bullying para a vítima. Por isso a importância de família e escola dispenderem esforços para combater essa prática. Quanto mais informações os alunos tiverem sobre respeito, empatia, tolerância, diversidade e solidariedade, menores as chances de desenvolverem atitudes discriminatórias.
Efeitos do bullying
Tanto vítimas quanto agressores podem sofrer consequências psicológicas dessa situação de agressão, seja ela física ou psicológica. Baixa auto-estima, dificuldade de aprendizado, dificuldade de socialização, ansiedade, medo e até em alguns casos depressão podem estar associados ao bullying.
Entre os pequenos, pode haver atraso no desenvolvimento e em alguns casos outra consequência pode ser queda no rendimento e até mesmo evasão escolar.
O agressor
Uma prática importante, porém pouco difundida, é a necessidade de olhar para o agressor. Normalmente os agressores são as crianças com maior porcentagem de reprovação. Em grande parte dos casos, relações familiares desestabilizadas fazem parte da vida de quem pratica a violência sistematizada.
Ao invés de acusá-lo e castigá-lo, antes é preciso avaliar as condições desse aluno, sua história, buscando identificar a melhor forma de agir e lidar com a situação como um todo.
A vítima
Crianças e jovens que sofrem bullying podem apresentar alterações de comportamento: ficam mais reclusas, anti-sociais e sofrem alterações repentinas de humor. Também adoecem com mais frequência, porque ficam com a imunidade baixa, e podem chegar em casa com fome (por terem tido o lanche roubado). No pior dos casos, a vítima chega a ter pensamentos suicidas.
Se forem notados esses sintomas, ou se a criança altera seu comportamento de alguma forma, a família deve conversar e procurar a escola. Quanto mais cedo for detectada a prática do bullying, menos estragos ele deixará na vítima.
Dependendo do tempo que a prática se estendeu ou da gravidade e das consequências emocionais, tanto o agressor quanto o agredido podem precisar de atendimento psicológico.
Formas de combate
Como dito anteriormente, muitas frentes de combate ao bullying estão sendo desenvolvidas. Esse é um problema que está na agenda da mídia - seja em programas jornalísticos, seja em séries e filmes -, das instituições de ensino e do governo.
No Brasil, uma lei criada em 2015, a Lei Antibullying – 13.185/15, entrou em vigor em fevereiro de 2016 e instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. Pelos termos dessa lei, constitui bullying “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”.
O texto da lei orienta a prevenção contra bullying por meio de práticas de orientação de familiares, instrução de palestras, promoção de campanhas e fortalecimento da cidadania.
As ações de consciencialização e combate ao bullying devem ser tomadas por estabelecimentos de ensino, clubes e agremiações recreativas.
Diante do que foi exposto, é fundamental combater essa prática diariamente: ações de consciencialização que abordem a necessidade de derrubar preconceitos, incentivar a cooperação e trabalhar para criar uma cultura de paz que envolvam família e escola podem ser boas soluções para lidar com esse problema crónico.
Fonte: https://escoladainteligencia.com.br/bullying-na-escola/
Adaptado por: Profª Eliane Ap. Zulian Delázari